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Transperformance 2 - Inventário dos Gestos

Texto: Marisa Flórido

O que é o gesto? O que é o gesto na e da arte? Poderíamos pensá-lo
desvinculado de um fim? Pensá-lo além do projeto da História e de seu telos
quanto do juízo do gosto e de sua finalidade sem fim? A partir e além de uma
antropologia das práticas e técnicas? Além da eficácia exigida pela lógica do
capital? Além de sua mecanicidade e programação impostas pelas tecnologias (enganando seus “aparelhos”, como quis Vilém Flusser)? Concebê-lo como puro dispêndio (como quis Bataille), que se afirma na perda de si e na dádiva ao outro? Concebê-lo como “a exibição da pura medialidade sem fim” que abre, ao homem, a dimensão ética e política, como quis Giorgio Agamben? Poderíamos ver as imagens da arte ao longo de sua história como “fotogramas de um movimento virtual dos gestos da humanidade”? Aqui estão reunidos cerca de 25 artistas (entre artistas visuais, músicos, poetas, atores, dançarinos) em cujos trabalhos os gestos revelam certa forma de estar no mundo, mas também de tensioná-lo e abri-lo a outros modos de existência.
Obras que interrogam a vida como potência que excede as formas, as
significações e os atos, ao mesmo tempo que friccionam os poderes que a
moldam. Obras que investem na intensidade tanto dos grandes quanto dos
pequenos gestos, na força dos gestos sem finalidade e improdutivos. Mas,
sobretudo, gestos que repensam, de modo totalmente novo, as relações entre fins e meios, possível e impossível, potência e ato, atividade e passividade, doação e recepção, uso e troca, finalidade e gasto (dépense) infinito. Este Inventário está subdividido em conjuntos que se interpenetram: “os pequenos gestos/PG” (a coreografia dos gestos diários, repetidos e banais, ressignificados em sua mecânica cotidiana como em sua mediação por tecnologias e mídias); “os pequenos grandes gestos/PGG” (gestos mínimos que guardam certo desejo utópico e tonalidades épicas, mas que, conscientemente ineficazes, cruzam o possível e o impossível, potência e impotência); “os gesto extremos/GE” (gestos em que o corpo é posto em situação-limite, interrogado como suporte de dispositivos de dominação, mas também de liberdade); “os quase gestos/QG” (a galeria dos gestos imperceptíveis que estabelecem diálogos com a pintura, com o instante pictórico e a iconografia dos gestos em sua história).



 

créditos da exposição

Curadoria: Marisa Flórido
Coordenação geral: Nelson Ricardo Martins

Gestão do Projeto: Lisiane Mutti

Produção executiva: Dani Vieira

Produção: Núbia Lyn
Assistência de produção: Monique Anny

Projeto Gráfico: Cristina Portella

Consultoria de imagens: Alexandre Bastos

Consultoria de streaming: Renata Barros

Assessoria de imprensa: E-scrita Comunicação

Cenotécnica: Claquete 

Edição de Vídeo: Carolina Rodrigues
Iluminação: Carlos Lafert

Sinalização: Ginga Designer





Patrocínio

Apoio cultural

Realização

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